(hoje, aqueci, no micro-ondas, o meu almoço de peixe-espada frito com arroz de tomate e cenoura. depois de comer, li o jornal enquanto não tinha trabalho. no P2 vinha um longo artigo sobre a única surrealista portuguesa e tive vontade de ir tomar um cafezinho com ela. quando cheguei a casa, quis ver se encontrava algum poema da mulher que rapava o cabelo em Lisboa. Usei o Google. O primeiro que me apareceu foi este e não é nada surrealista. Muito simples. Quase banal, até. Não fosse pela palavra restos e não o transcrevia.)
Tu já me arrumaste no armário dos restos
eu já te guardei na gaveta dos corpos perdidos
e das nossas memórias começamos a varrer
as pequenas gotas de felicidade
que já fomos.
Mas no tempo subjectivo
tu és ainda o meu relógio de vento
a minha máquina aceleradora de sangue
e por quanto tempo ainda
as minhas mãos serão para ti
o nocturno passeio do gato no telhado?
(Isabel Meyrelles)
Tu já me arrumaste no armário dos restos
eu já te guardei na gaveta dos corpos perdidos
e das nossas memórias começamos a varrer
as pequenas gotas de felicidade
que já fomos.
Mas no tempo subjectivo
tu és ainda o meu relógio de vento
a minha máquina aceleradora de sangue
e por quanto tempo ainda
as minhas mãos serão para ti
o nocturno passeio do gato no telhado?
(Isabel Meyrelles)
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