quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Jóhann Jóhannsson @ Teatro Maria Matos

(antes de ler, pressione o play)
Com um piano e dois computadores, Jóhann Jóhannsson cria um território e assume o seu comando. Ao lado dele, as quatro cadeiras que antes estavam iluminadas por uns feixes de luz pálida, passam a estar preenchidas pelo quarteto de cordas Iskra Spring Quartet. Dois homens, duas mulheres como se já tivessem sido escolhidos para criar um equilíbrio que transborda para a música que produzem.
Atrás, imagens, outro espectáculo ou o mesmo? Um rapaz com uma bandeira e depois uma rapariga a brincar com um pêndulo qualquer. Obras, máquinas de construção, o balde de uma caterpillar, um depósito de cimento, as linhas brancas do alcatrão, quase tudo a preto e branco, destorcido, trémulo, em contraste com os sons que saem das cordas, lavados, conscientes, sentimentais. Jóhann Jóhannsson, no final de cada música a agradecer com uma pequena vénia de contornos nipónicos. Quase místico sem nunca chegar a sê-lo, felizmente.
Uma noite de sucesso.
(agora, recline-se na sua cadeira e feche os olhos)



Sem comentários:

Enviar um comentário